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Burnout materno: o que é e como evitar esse esgotamento?

6 minutos de leitura

Uma das grandes dificuldades dos problemas de saúde mental é o fato de o diagnóstico não acontecer por meio de exames. Isso significa que sua detecção é mais difícil e isso se aplica ao burnout materno, acometendo mais da metade das mamães.

A saúde mental não envolve apenas não ter nenhuma doença psicológica, mas estar bem consigo, harmonizar desejos e conciliar tudo de forma funcional. Por isso, envolve pensamentos, sentimentos e ações.

A falta de suporte prático e estrutural pode dificultar a superação do estresse. Por isso, a ideia deste texto é contar o que é o burnout materno, quais são seus sintomas, suas causas, o tratamento indicado e como lidar com o problema. Boa leitura!

O que é o burnout materno?

O burnout materno se define pelo cansaço e estresse crônico das “supermamães” que se sobrecarregam com muitas coisas. Por exemplo, funções maternas, tarefas da rotina, vida social e por aí vai. Isso leva ao esgotamento emocional simbolizado pelo problema.

O termo não tem uma Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) específica, já que o termo “burnout” foi originalmente criado para caracterizar o esgotamento profissional.

Entretanto, a classificação informal tem se tornado popular por causa das semelhanças com a síndrome que inspirou seu nome.

Isso porque ela também diz respeito ao estresse crônico que não foi bem administrado e que é fruto do acúmulo de funções. O fenômeno é antigo, mas sua classificação é nova. Desde que a nomenclatura ficou popular, várias mães se identificaram.

Mamãe grávida coloca as mãos carinhosamente em sua barriga

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Quais são os sintomas da síndrome de burnout?

O burnout materno envolve o estresse prolongado ligado às tarefas de mãe e à forma com a qual a mãe concilia múltiplas tarefas. Assim, o problema é acompanhado de alguns outros sintomas.

Por exemplo, sensação de culpa, estresse ligado à gestão do tempo, pessimismo, autoestima baixa, exaustão, falta de prazer ao interagir com o filho, sensação de impotência, tristeza, humor irritadiço, medo e insegurança.

Embora os sintomas possam parecer comuns na maternidade, são sinais vermelhos se sua frequência for alta. Às vezes, não é simples perceber a presença da síndrome. Isso pode trazer uma sensação de culpa constante.

Quais são as causas do mommy burnout?

O mommy burnout pode aparecer quando o trabalho exigido para cuidar da criança vai além da expectativa e gera a sensação de não reconhecimento. Às vezes, é acompanhado de um sentimento de anulação como indivíduo.

É comum se cobrar para ser uma excelente mãe, profissional e dona de casa, mas uma dose de autocuidado pode ajudar a evitar o esgotamento. Algumas mães ainda não têm coragem de revelar suas dificuldades por causa da sensação de julgamento alheio.

Os estudos sobre burnout costumam sugerir que o problema também é multifatorial e envolve aspectos de personalidade. Isso se soma à carga física e mental de cuidar da casa, da carreira, dos filhos, de si mesma e de todos os imprevistos que aparecem no caminho.

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Qual é o tratamento indicado para a síndrome de burnout materno?

A principal recomendação para lidar com o burnout materno é procurar um profissional de psicologia. A partir daí, é possível ter uma análise da frequência e do peso dos sintomas, além de ter uma noção do quanto o problema interfere na vida da mulher.

Os sintomas cruzam a barreira do aceitável quando atrapalham as atribuições da mamãe. Aqui, o problema ganha a definição de “disfuncionalidade”. Assim, a busca pelo auxílio especializado é o primeiro passo.

Além da presença de um psicólogo, o psiquiatra pode fornecer o diagnóstico e recomendar ajuda medicamentosa. Mesmo assim, a psicoterapia é essencial para perceber o que está acontecendo de forma generalizada.

Fotografia contra o sol de mãe e menina de costas sentadas se divertindo na praia

Como lidar com o esgotamento materno?

Um dos passos essenciais é a consciência de que é impossível ser uma “supermamãe” e cuidar de tudo sozinha. É fundamental contar com a ajuda das pessoas, dividir as tarefas e aprender a dizer “não”.

Veja outros passos que podem ajudar:

Conte com uma rede de apoio

Se cercar de pessoas que ajudam na hora de cuidar da criança é importante para não se sentir sobrecarregada. Às vezes, uma simples ajuda nas tarefas cotidianas já deixa as coisas mais fáceis. O mesmo vale para quem só pode contribuir com uma conversa.

A rede de apoio é a que oferece suporte e ajuda a mãe e o pai a preservarem alguns momentos para si. Na criação, as atividades precisam se dividir entre os que participam da vida do bebê. A rede de apoio pode se constituir de amigos, parentes, vizinhos e por aí vai.

Bebê menina brinca com máquina fotográfica de brinquedo

Considere fazer terapia

A terapia se baseia na interação regular com um psicólogo e tem vários usos além do tratamento do burnout materno. Por exemplo, ela nos apresenta instrumentos para que a gente tenha uma vida mais plena/saudável/com relações fortalecidas. O foco da terapia é o bem-estar e a saúde mental.

Além disso, a terapia é útil para mudar crenças, resolver compulsões, lidar com emoções problemáticas, tornar os relacionamentos melhores e aprimorar as habilidades sociais. Os profissionais da psicologia contam com métodos e abordagens científicas para nos ajudar, é um grande recurso.

É uma ótima forma de viver uma maternidade real e empática, e não uma idealizada e impossível de alcançar!

Seja benevolente consigo mesma

Não dá para dar conta de tudo e ser uma “mãe 100%” toda hora. É comum a sensação de incompetência e culpa, principalmente em mães de primeira viagem. Nas redes sociais e obras fictícias, existe um modelo de mãe ideal que é muito difícil de corresponder e pouco saudável de buscar.

Procure trocar a ideia de ser a mãe ideal pela de se tornar a melhor mãe que você consegue ser. É hora de relaxar: criar um filho já é trabalho suficiente para lidar com uma exigência social e interna impossível de cumprir.

Resumindo: o burnout materno se revela em sinais como esgotamento emocional, ansiedade, tristeza, humor irritadiço e desinteresse. O nome é uma adaptação do conceito da “síndrome de burnout”, originalmente observada no contexto do trabalho.

Se livrar do estigma de mãe perfeita, parar de dar conta de tudo, reservar um tempo para si, se ver como indivíduo e, principalmente, buscar ajuda profissional, aparecem entre os passos para dar a volta por cima e recuperar a saúde mental.

A trajetória da maternidade também tem muita alegria. Embora existam os desafios, o resultado sempre é cercado de amor. Por isso, a gente tem uma homenagem para as mamães de todo o Brasil. Prepare o lencinho e confira nosso especial quando você se sentiu mãe pela primeira vez!

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Carla Bucci

Autor: Carla Bucci

Graduada em Jornalismo pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), reside na cidade de Blumenau. É apaixonada por moda e pelo desenvolvimento de textos criativos. Para achar as melhores pautas do universo infantil, está sempre ligada nas redes sociais.

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