Os pais tóxicos, em sua maioria, não percebem que as atitudes são ruins para o desenvolvimento do filho, ou seja, pensam e falam para as crianças que “é tudo pelo seu próprio bem“. Mas nem sempre é a melhor abordagem.
Caso você se encaixe em alguns desses tópicos, não é motivo para constrangimento – muitas dessas atitudes são inconscientes e na maior parte do tempo os pais estão buscando acertar.
Com isso em mente, leia este conteúdo para entender quais ações são tóxicas e como você pode driblar essas situações quando elas surgirem:
Conteúdo
1. Explosões emocionais
As explosões emocionais criam uma instabilidade na relação, afinal, a criança nunca sabe o que esperar.
As explosões emocionais são reações exacerbadas diante de qualquer situação, o maior exemplo é a raiva extrema. Por exemplo, brigar de forma descontrolada com a criança porque ela caiu de um brinquedo que ela não deveria ter brincado.
Socorra o filho e depois fale com calma que alguns brinquedos são perigosos e podem machucar. Depois, ensine quais são os brinquedos adequados de acordo com a idade.
As explosões criam insegurança e estresse infantil ao invés de consolidar um ensinamento.
No entanto, lembre-se que nunca é tarde para buscar o autoconhecimento, e se você está aqui, é porque busca ser uma boa mãe ou um bom pai para os filhos.
Por isso, se você apresenta esse os os demais sinais de toxicidade listados, encare-os como uma oportunidade para crescer e melhorar.
2. Descontrole emocional
O descontrole emocional permite ir da alegria à tristeza em questão de segundos. É uma carga de emoção oposta que se manifesta repentinamente, em outras palavras, você não tem controle do que está sentindo.
Isso se torna uma extensão da problemática anterior, porém, enquanto a anterior é conhecida pelas explosões ruins, essa daqui abrange todas as emoções, afinal, é por falta de controle que as explosões se manifestam.
As mães não devem carregar o fardo de perfeição, e sim, aceitar as suas dificuldades e ir em busca de melhoria sem exercerem sobre si as autocobranças. Tente não se levar pelo momento, respire fundo, pratique exercícios de meditação e outras técnicas de relaxamento.
3. Transferência de culpa
Uma das atitudes mais nobres do ser humano é assumir o próprio erro. No caso dos pais com condutas tóxicas, isso não acontece. É mais fácil dizer que o filho é o causador de tudo do que assumir que precisa evoluir.
Eles transferem a culpa dos acontecimentos para a criança, como se elas tivessem relação com o problema. Por exemplo, o pai tóxico não muda o cardápio das refeições há meses e o filho não quer comer comida de sal porque perdeu o interesse.
Esses hábitos podem ser monótonos para a criança e pode haver uma rejeição aos alimentos. É mais fácil culpar a falta de interesse do filho do que mudar o cardápio das refeições
4. Natureza crítica
A natureza crítica é marcada pela opinião não construtiva. Os pais tóxicos julgam e criticam o que a criança faz a fim de encaixá-la em um padrão. É uma forma de moldar o desenvolvimento, porém, isso acaba com a autoestima da criança e contribui para que ela se cobre mil vezes mais para tentar agradar os pais.
5. Competitividade com a criança
Pais com comportamento tóxico, mesmo sem ter consciência, competem com a criança em tudo. É uma competição injusta que mina qualquer conquista dos filhos.
Essa estratégia é usada para tentar esconder os defeitos que os pais possuem, ou seja, uma forma de aparentar que é o melhor exemplo a ser seguido.
Em determinado momento, a criança precisará aprender a lidar com a competição, afinal, faz parte da vida. Porém, esse tipo de competição não agrega valores positivos para os pequenos, deixando-os com baixa autoestima e com medo de julgamentos externos.
6. Manipulação
A manipulação faz parte do comportamento de pais tóxicos. Quando as crianças os corrigem, eles dizem frases do tipo “é isso que você pensa de mim? É assim que você trata seus pais? Achei que você se importasse comigo!”.
Esse é um exemplo comum. Porém, os pais tóxicos usam de diversas estratégias de manipulação para conseguirem controlar os filhos.
7. Desrespeito
O desrespeito com a criança aparece nos pequenos detalhes do dia a dia. Invadir quartos sem bater à porta, pegar objetos pessoais e jogar fora, desvalorizar o interesse etc.
Pais tóxicos desrespeitam a vontade dos filhos e fazem o que acham que é melhor
8. Falta de limites
Em continuação ao tópico anterior, a falta de limites é uma vertente do desrespeito que precisamos mencionar com mais ênfase.
Os filhos aprendem com os pais a se relacionarem com outras crianças, porém se não aprendem o que é limite, como estabelecer e como respeitar, eles serão adultos controlados por outros.
Portanto, respeitem o espaço, preferências e identidade da criança.
9. Dominação
O controle parental é benéfico, porém, controlar todos os aspectos da vida do filho é dominação. Os pais dominadores são tóxicos, pois desconfiam e imaginam além do que realmente acontece, é a famosa paranoia.
No geral, controlam a vida da criança na escola, dentro de casa, com os amiguinhos do prédio, etc.
10. Comparação desnecessária
A comparação gera inveja, que por sua vez, é prejudicial para o desenvolvimento infantil. Os pais tóxicos não sabem valorizar o próprio filho e sempre acham que o dos outros é melhor.
Por isso, comparam em tudo e dizem isso à criança – até nos pequenos detalhes. “Sabe aquele seu amiguinho? Então, ele só tira 10 na escola e você não”. Isso desmerece o esforço da criança e a coloca numa posição negativa da balança.
11. Constrangimento
O constrangimento é humilhar a criança em pequenas atitudes.
Contar para todo mundo que ela fez xixi na cama, brigar em voz alta ou bater na frente de outras pessoas, tirar sarro porque não conseguem fazer igual a outra criança (comparação e constrangimento).
Essas atitudes fazem os pequenos ficarem envergonhados frente aos outros.
12. Insensibilidade
A insensibilidade é marcada pela falta de empatia. Dessa forma, os pais tóxicos raramente conseguem se conectar com a sensibilidade do universo infantil e, por consequência, criam uma visão enviesada dos próprios filhos.
Nesse caso, os pais perdem a sensibilidade, deixam de reconhecer os esforços da criança e, acima de tudo, esquecem que eles são pequenos em fase de desenvolvimento.
13. Falta de sensatez
A comunicação insensata é marcada por pais que tiram conclusões precipitadas, sem nem estar ciente de todas as informações.
Por conta disso, desencadeiam uma reação exagerada por problemas pequenos e evitam escutar o que os filhos têm a dizer – e quando escutam não levam em consideração.
14. Imaturidade
Pais tóxicos são imaturos e exigem maturidade de uma pessoa em formação. O maior exemplo é exigir que conte apenas a verdade quando eles (os pais tóxicos) praticam a mentira.
Além disso, a imaturidade está presente em: não aprender com erros, desvalorizar os feedbacks, terceirizar a culpa, dificuldade em mudar o ponto de vista, discutir em assuntos básicos, levar tudo e qualquer comentário para o pessoal e ser arrogante.
O que a toxicidade causa na criança?
Os pais tóxicos, em sua maioria, desconhecem os efeitos que o próprio comportamento desencadeiam nos demais. E quando tratamos de pais e filhos, isso se torna ainda mais importante.
Veja a seguir o que os 14 sinais anteriores provocam em crianças:
- Autoestima baixa;
- Ansiedade;
- Inveja dos demais;
- Cobrança excessiva consigo;
- Alta sensibilidade ao ambiente;
- Vergonha de tomar atitude;
- Constante arrependimento;
- Tornam-se sempre as vítimas;
- Insegurança com tudo;
- Dificuldade em tomar decisões;
- Imaturidade;
- Desvalorizam as próprias conquistas;
- Criam manipuladores.
Enfim, isso mostra que as crianças que crescem em ambientes tóxicos nunca ficam satisfeitas consigo, e mesmo que prejudiquem os demais, a maior consequência ainda é interna.
O que a toxicidade causa nos pais?
Os pais tóxicos, mesmo que sejam os causadores de tantos problemas, também sofrem com isso porque ainda falta o autoconhecimento.
Portanto, veja os principais efeitos que a toxicidade provoca:
- Emoções autodestrutivas;
- Perda da razão;
- Instabilidade emocional;
- Dependência doentia nos filhos;
- Fardo de responsabilidade maior que o real;
- Prejuízo na comunicação;
- Ansiedade (pensamentos fixos em paranoias);
- Desconfiança exacerbada;
- Insegurança na criação do filho.
Os pais que cresceram em ambientes tóxicos têm dificuldades em enxergar que estão prejudicando o outro, afinal, eles passaram por essas situações, aprenderam que é o único método de ensino e sobreviveram às dificuldades.
É difícil mudar um comportamento vicioso, mas não é impossível.
Só de chegar a este ponto da leitura você já está mais preparada para a maternidade. Já que isso mostra a preocupação que tem em ser uma boa mãe.
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